terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A minha amiga A

A minha amiga A, de há mais de 20 anos, não voltou a dar notícias. Fiz anos, foi o Natal, a Passagem de Ano e nada. Falei nela aquando do meu jantar de aniversário. Que não foi, porque não gostava do sítio. Ok, é um direito que lhe assiste. Mas daí a não ter dito mais nada... é das coisas mais estranhas que já me aconteceram. 

Às tantas mando-lhe (mais) uma sms. Só para tirar teimas e perceber se, realmente, estamos zangadas e esta amizade de 20 anos era apenas um castelo de cartas. 

Há pessoas que nos desiludem, há pessoas que desaparecem da nossa vida. Das quais, às vezes, nem nos lembramos. Não conseguimos, nem tentamos, nem nos interessa entender o porquê do desaparecimento. Dessas já tive algumas. Amigas de superfície. E depois há as outras... E a A é das outras...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Roupa

Durante a semana sou Secretária de Direcção. Visto-me de uma forma clássica, cuidada, arranjo-me, apesar de raramente colocar maquilhagem. Não que não goste, mas sou preguiçosa. Para colocar, para retirar. À noite, quando saio, arranjo-me de forma diferente. Mais sofisticada, maquilhada. 

Ao fim de semana ando conforme calha. De calça de ganga, de sapatilha, cabelo apanhado. Não varia muito. Quando estou com os piriquitos, então... ando o mais prática possível.

Ora isto a propósito de ter dito que a fulana do Pai dos piriquitos me chateia. E ainda por cima tá boa. Não me chateia, não me incomoda por isso. Incomoda-me por tantas outras coisas. Porque passa mais tempo com os meus do que eu. Porque usufrui das minhas coisas, ainda hoje. Do que é meu, do que eu construí. 

O 'ainda por cima tá boa' é constatação de facto, mas não é isso que me incomoda. Eu é que tenho olhinhos na cara e reconheço.

Porque ouvi que 'se te arranjasses quando vais buscar os piriquitos não te sentias assim'. É mais fundo que isso. O que me dói é mais profundo que a roupa.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Futebol

A 1ª vez que fui ao Estádio foi há bem pouco tempo. Olhei para tudo com ar de parvinha, porque só tinha entrado em Estádios para concertos. O Home olhava, conhecedor de todos os lados do Estádio. Já esteve nas 4 linhas, agora nas bancadas. 

Nunca vim ao futebol com uma mulher, disse ele. Estás bem? perguntou, ao ver-me olhar para tudo como se fosse uma menina pequena, perdida num palácio. Estou a absorver.

E olhar para tudo, a excitação, as bancadas, os cânticos, o adversário, os jogadores. Foi fantástico! Claro que passei o tempo a dizer: é falta sôrárbitro!!! sem saber. Mas é uma frase que me parece gira. Acima de tudo, achei catártico. Saí de lá mais leve, mais bem disposta. E ganhámos. 

Continuo sem perceber o fanatismo, mas isso creio que nunca vou perceber. Mas percebi um pouco melhor o fenómeno do futebol. E à medida que vou assistindo aos jogos, o sentimento aumenta.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A casa - Cap II

Fui (fomos) ver a casa no fim de semana passado. 

Vimos e revimos, Olhamos e tiramos medidas. Falamos com a senhoria, olhamos e voltamos a olhar. Ela falava do 'vosso quarto' e do 'vosso' lugar de garagem. Saímos e tomamos café ali, mesmo ao lado. Gostamos. Existe a possibilidade de ser arrendada a estudantes e voltar a ficar livre em Julho, disse ela. Gostamos dessa possibilidade, não temos pressa, disse eu. Fizemos contas. Não falamos mais no assunto. 

Domingo à noite disse: amanhã a Srª da imobiliária vai-me ligar e preciso de lhe dar uma resposta. Fez-se de mouco. Voltei a dizer dali a pouco: a D. Maria vai-me ligar e não sei que lhe diga. Pois, que queres que te diga? 

Olha, Home, queria que me dissesses: quero isto, sim, mas não dá para pensar nisso agora. Quero morar contigo, mas não temos condições. Quero isto, é uma boa opção, mas chegou demasiado cedo. Tenho dúvidas, tenho medos e receios que só podem ser ultrapassados quando 'comermos mais 1/2 Kg de sal'. Sei que gosto de ti e que te quero, mas tenho medo. E gosto da nossa relação como está. Sim, porque seria o que eu diria se ele me perguntasse. E porquê este entusiasmo? Simples. Dia J-Y. Preciso de pensar noutra coisa qualquer, senão ainda se esfumam mais alguns neurónios.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A morte

Sabemos que existe. Sabemos que nos espera e aos nossos entes queridos. Sabemos que lá está, à espreita. Sabemos. Mas evitamos pensar nela. A não ser quando lhe batemos de frente.

Bati-lhe de frente no fds. Uma morte, um suicídio. Uma pessoa querida, próxima que não soube, não consegui ajudar.

Que descanse em Paz. Que a família tenha sossego. E que o perdoem.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Tá o desafio no ar...

O Home quer ir ver a casa.

Vamos à hora de almoço.

E a ideia de morarmos juntos agora parece-me... coiso. Temos uma relação porreira, mas ainda não 'comemos um kg de sal' juntos. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Casas

Eu e a minha mania de ver casas!

Adoro ver casas. Pesquisar em sites de imobiliárias, ver fotos. E de preferência, ver mesmo. Ao vivo e a cores.

Este meu hábito já vem de há algum tempo, quando comprei a minha 1ª casa. Deve ter sido aí que nasceu o gosto. Desde então, de vez em quando, vou ver casas. Vejo nos sites, e ligo para as imobiliárias e vou visitar. 

Ontem fui. E fiquei mesmo chateada!! 

Vi uma que gostei, que está até abaixo do valor de mercado, no centro da cidade, mobilada e equipada. Um miminho. Estou chateada. Devia vê-la daqui por um ano. Mas daqui por um ano não vai aparecer nada assim. E agora tenho medo que seja cedo para ir morar com o Home. 

Um miminho... Bem disse à vendedora: há coisas que aparecem cedo demais...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Dia J

Aproxima-se o Dia J. Ou melhor, o dia J-Y (porque até chegar ao dia do veredicto, vão haver mais uns quantos). E o Y corresponde a que número? Pois, também gostava de saber o que aquela Juíz vai fazer. Desta vez!!

Para a semana. Não sei ainda o que vai acontecer ao certo, não sei quem vai depor, quem vai falar, o que vai ser dito e o que vai ser resolvido. Mas é mais um passo na caminhada, nesta luta pelos piriquitos. Para que retornem para onde nunca deviam ter saído. 

Não impede que esteja nervosa, apreensiva, com as tripas a virarem-se-me do avesso por tudo o que se tem passado estes últimos anos. Não impede que toda eu trema por antecipação. 

Contam-se pelos dedos das mãos as pessoas a quem falei. Fora quem vai ter mesmo que me acompanhar. Disse ontem ao Home e porque ele percebeu uma alteração na minha rotina (reunião com o advogado). 

Ai que nervos!! Só me apetece atirar para o chão e chorar!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Alice no País das Maravilhas

Li este livro no fim de semana. Comprei em 2ª mão (tal como compro a maior parte dos livros que leio) e li num instante! É um da lista dos '100 mais'. Nessa lista faltam alguns que adorei, mas não se pode ter tudo... E tenho a certeza que nunca vou ler a Iliada... Digo eu!! 

Que retiro eu da 'Alice'? Um livro completamente non-sense, que me proporcionou umas boas gargalhadas. O julgamento fez.me lembrar algumas coisas a que já assisti, mas na contra capa dizia que 'é uma leitura com várias interpretações'. Ora a única coisa que tirei dali foi mesmo uma história divertida, bem disposta de uma menina que vê coelhos com pressa e falsas tartarugas e que se passeia por jardins lindíssimos. E que se fosse adulta eu diria que tinha fumado umas coisas...

O sr do táxi

Este fim de semana foi de estar com os piriquitos. A rotina é sempre a mesma: Saio do trabalho, o Home vem-me buscar, acompanha-me à estação. Tratamos dos bilhetes, entro no comboio e o pai leva-os à estação para que possamos seguir no mesmo comboio. Felizmente este fim de semana não foi excepção. 

Na volta, páro na estação, deixo o saco no café lá ao lado para não pagar bagagem e entro num táxi. (Ou então tenho sorte e um amigo vai lá buscar-me e dá-nos boleia). Na volta o pai nunca pode ir buscá-los. E eu saio e espero 2 horas pelo comboio seguinte. Ontem não foi excepção. Apanhamos um táxi. Quando paramos em frente à casa, diz o motorista: aqui moram uns primos meus! Fiz-me de surda. Tirei os meninos, esperei pelo pai, entrei no táxi. Vi o senhor a acenar efusivamente para o Pai dos meninos (que não respondeu) e entrei no carro. Ele entrou de seguida e repetiu: esta casa é de uns primos meus. Olhe, não lhe gabo a família... 

Depois de falar um bocadinho com o senhor, acabou por me dar o número de telefone e dizer: oh menina! quando tiver que levar lá os meninos telefone-me que levo-a lá. A ver se não lhe fica tão caro! Isto realmente não se faz! Não lhe custava nada vir buscar os meninos, realmente... 

Diga-se que para os levar ao Pai, gasto cerca de 25 euros em táxi e perco 2 horas à espera num café manhoso...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Almoço com o ex

Ai que bom! Que delícia! O almoço, a ele não provei. Nem posso, que sou uma moçoila comprometida. Mas que às vezes a vontade é muita, é! E que importa se o Home tem um corpo fenomenal, se me vira do avesso, se me pega ao colo como se fosse uma boneca e se me trata como se eu fosse a pessoa mais importante do Mundo(às vezes)? Que importa se está sempre lá para mim, se é meu amigo e dos periquitos se quando vejo o Betinho é inevitável um sorriso assomar-me ao rosto?

Bom, já não é aquele sorriso parvo de miúda apaixonada, já não são as borboletas no estômago, já não é a sensação de levitação (que senti mesmo!!), já não é o que era. Mas, quase dois anos depois é natural que não seja. 

A conversa flui fácil, as piadas são inteligentes, os modos refinados, o sorriso encantador. Tudo é encantador, aliás... E é nestes momentos que fico nostálgica e sinto uma saudade imensa dos nossos passeios, das nossas conversas, das nossas brincadeiras. E das tardes e das noites de sexo intenso. Das tardes e noites em que nos amamos como se tivéssemos todo o tempo do Mundo e nos comemos como se não houvesse amanhã. 

O que senti foi único, especial, intenso, maravilhoso. E conseguir hoje ter uma amizade com a mesma pessoa é muito bom. Conseguir brincar com ele, conseguir conversar e rir e dar uma lufada de ar fresco a uma pessoa muito complicada é uma sensação maravilhosa. Saber que lhe faço bem!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O aniversário

O aniversário foi muito giro. Apesar do local não ser o mais apetecível, de não ser certamente a minha primeira escolha, acabou por sê-lo por causa do valor do prato. Entradas, cafés, bebidas, prato e sobremesa ficou por 10 euros. E sobrou muita coisa.

Dali fomos para casa jogar cartas. O trânsito era muito, não se podia andar na rua. Mesmo à noite as lojas estavam todas abertas por isso ficamos sossegaditos. Mas foi engraçado. Já há anos que não comemorava fora o meu aniversário, já há anos que não juntava ninguém de propósito para me cantar os parabéns. Este ano calhou. E calhou muito bem!

Os periquitos não foram, o que me deixou de lágrima no olho mais que uma vez durante o jantar. Faltou-me o mais novo para dançar ao colo e a mais velha para fazer umas piruetas! Faltou-me A. E penso que irá faltar sempre, daqui para a frente. Curiosamente, não enviou parabéns, nem feliz natal nem feliz ano novo. Tristemente não disse mais nada desde aquela conversa.


Resenha

O meu aniversário foi giro. Quem esteve, esteve muito bem. Quem não foi não fez falta. (excepto pelos piriquitos...) Acabou por ser um convívio engraçado, com pessoas de todos os dias. Excepto duas. Que já não via há tempos. Mas foi como se tivéssemos estado no dia anterior. Foi um almoço de Domingo (só que foi jantar) e serviu ainda para apresentar a minha família aos Pais do Home. Até a enteada se divertiu e acabamos a jogar cartas em casa. 

Depois veio o Natal. Já sabia que ia estar sem eles, por isso não doeu tanto. E acabei por estar uma semana de férias só nós 3! E foi delicioso! E sim, isso explica um bocadinho a falta de escrever aqui, que pretendo seja um diário. 

Depois foram as férias com eles que foram deliciosas. 

E a seguir tivemos o Ano Novo e as resoluções e as boas vontades e a entrega dos meninos ao Pai novamente.

E depois vem a tristeza, a desilusão, a revolta. E por esta altura vem o conformismo e a decisão de fazer coisas diferentes e de continuar a minha vida.